A freguesia de Sobral de São Miguel, com uma área de 23,94 km2, situa-se no sudoeste do concelho da Covilhã. Para alem da Sede de freguesia, que dista cerca de 40 km da sede do concelho, anexa ainda o lugar de Pereiro.
Sobral de S. Miguel é um povoado muito antigo, sendo que o primeiro documento que se lhe refere e que se conhece, é um apontamento dos inquiridores de D. Dinis, datado de 1284. Posteriormente e até 1970, a freguesia era denominada por Sobral de Casegas, uma vez que pertenceu até 1888 à freguesia, tornando-se então independente a nível administrativo. A pedido dos sobralenses passou a designar Sobral de São Miguel (orago da freguesia), pelo decreto-lei nº 69/70 de 27 de Fevereiro.
A freguesia localiza-se numa área muito montanhosa, onde sobressai o Gondufo (localmente designado por Cabeço d’A Nave), um dos cumes mais imponentes da Serra do Açor, com 1.243m de altitude. A partir desta Serra desenvolvem-se outras elevações de menor altitude, com uma exposição NW-SE, separadas por pequenos cursos de água, de entre os quais se destaca a Ribeira de Porsim. É nesta afluente do Rio Zêzere, a cerca de 600m de altitude, que se localiza a Aldeia Sobral de S. Miguel.
A Serra do Açor constitui uma importante barreira que protege a freguesia das correntes de ar marítimo provenientes do Atlântico, apesar dos ventos de Noroeste serem uma constante nos locais de maior altitude. Por outro lado, a preponderância das vertentes expostas a sudeste, faz com que a vegetação local apresente uma mistura interessante de espécies de influência atlântica e mediterrânica. Assim, para alem do pinheiro bravo, que predomina na região, podemos encontrar algumas áreas onde crescem sobreiros.
Do ponto de vista litológico, a área da freguesia na grande mancha do complexo xisto-gresoso das Beiras. Os xistos e grauvaques são as formações rochosas que dominam a área, onde espontaneamente podemos encontrar alguns filiões quartzíticos.
Dada a sua posição periférica e o forte potencial ao nível dos recursos naturais, Sobral de São Miguel sempre foi uma freguesia rural, que chegou a contar com mais de 1.400 habitantes em 1960, alguns dos quais trabalhadores das Minas da Panasqueira. Nesse período a economia local assentava na agricultura de subsistência, na pastorícia (sobretudo gado caprino) e na produção de carvão.
Actualmente, a freguesia apresneta cerca de 400 habitantes (418, segundo os Censos de 2011), correspondendo a uma estrutura etária bastante envelhecida.
A atividade económica local continua a ser dominada pela exploração dos recursos naturais, sendo que para além da agricultura e das pastorícia, destacam-se a construção civul e a exploração de xisto. Na aldeia existem duas pedreiras de xisto, que vendem ardósia e xisto para o mercado nacional e internacional.
Integrada na Rede das Aldeias do Xisto desde 2010, a freguesia apresenta vários pontos de interesse. A aldeia de Sobral de S. Miguel, sobretudo o seu núcleo mais antigo, situado nas margens da ribeira do Porsim, apresenta-se aos visitantes como um anfiteatro de casas de xisto, com telhados em ardósia, servidas por ruas e escadarias que formam um interessante conjunto arquitectónico.
A Casa Museu João dos Santos (onde actualmente se localiza a Sede da Junta de Freguesia) e a Residência Paroquial, também merecem destaque. A piscina fluvial, os açudes, as pontes, os moinhos e o lagar são elementos muito bem integrados na paisagem onde o xisto é a marca dominante.
Para os visitantes que preferem o desporto e a aventuram, as imediações da aldeia apresentam vários pontos de interesse, de entre os quais se destaca a cascata do Vale das Vacas, eleita como uma das cinco “Beleza Naturais” do concelho da Covilhã, em 2010.